Assim, o que nos é proposto na presente obra é que, em função do diagnóstico da nossa contemporaneidade, se torna crucial uma valorização do ócio, o qual implica uma experiência desacelerada do tempo, a desconstrução da tirania da ideologia utilitária e consumista na qual se dilui, a favor do primeiro termo, a distinção entre meios e fins e, finalmente, o caminho de apropriação duma liberdade que torna a nossa identidade mais compacta e próxima, liberdade que não se reduz à capacidade de operar escolhas entre alternativas, mas se revela na coragem de criar e discernir o alternativo. A gratificação da experiência do gratuito, que está no cerne do ócio, revela-se, neste sentido, como uma possibilidade de enfrentar e transformar um mundo cuja desorientação nos aprisiona numa vida sem sentido existencial.
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